terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MENTIRAS DO CLIMA

A impressão que temos ao ouvir as notícias sobre o clima é que o mundo vai acabar e não vai demorar muito.Descobri recentemente que é tudo mentira , que não passa de uma questão de grana e poder. Como sempre os países do G7 querem impedir o crescimento dos emergentes e para isso não medem esfoços ,manipulam informações , aproveitam fenômenos naturais para forçar a opinião pública internacional a freiar o crescimento da China, índia , Brasil entre outros. Mas mentira tem pernas curtas como dizia minha avó , e um grupo de cientistas renomados está prestes a divulgar trabalhos científicos mostrando que o aquecimento global é uma farsa e que ao invés da terra está esquentando ela está esfriando. O oceano pacífico, que cobre 35% do território global, e é responsável por regular o clima em nosso planeta está na realidade esfriando e nós estamos na realidade entrando em uma nova era glacial. É necessário que nós nos mobilizemos procurando mais informação e divulgando esta grande farsa. Nosso planeta já tem problemas demais não precisamos que inventem mais.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

CORRUPÇÃO

F_R_ф_N_T
"Que Deus lhe dê em dobro tudo que aos outros desejares" "Quem trama desventuras para outros estende armadilhas para si". Esopo (Séc. VII a VI a.c.)


Sexta-feira, Agosto 07, 2009

JOSÉ SERRA TAMBÉM DEVERÁ SER DENUNCIADO ATÉ O FIM DO ANO
O governador de São Paulo José Serra, no máximo, até o fim de 2009 deverá ser objeto de uma denúncia já em fase final, a exemplo da representação que envolve a governadora tucana Yeda Crusis será protocolado um pedido de afastamento imediato do cargo de Governador do Estado, bloqueio de bens, assim como, pedidos de prisões, recolhimento de passaportes e proibições de deixar o país. A soma dos contratos firmados entre a ALSTOM e estatais paulistas durante os governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e agora José Serra em valores atualizados, já chegaria a R$ 1,378 bilhão. A multinacional franco-suíça sob investigação também nos dois países onde tem origem é acusada de pagar nos últimos 14 anos mais de R$ 13 milhões em suborno a políticos do PSDB e a autoridades do governo tucano de São Paulo em troca da obtenção desses contratos com as estatais paulistas.EMPRESÁRIO CONFESSA LIGAÇÃOO empresário preso pela Polícia Federal Luiz Geraldo Tourinho Costa testemunhou que usou uma conta de empresa sua no Uruguai para a Alstom pagar propinas à políticos por negócios feitos com a Petrobrás, durante último ano do governo FHC, em 2002, fato que envolveria também um ex-presidente. A Petrobrás teve 2 presidentes em 2002 sob comando tucano de FHC: Philippe Reichstul e Francisco Gros. Subornos de US$ 550 mil e US$ 220 mil (dólares) eram remetidos da Alstom na Suíça para a empresa off-shore de Tourinho Costa. O empresário recebia 5% de comissão, e repassava 95% para abastecer as malas de dinheiro de políticos demo-tucanos.O caso é investigado na Suíça, na França e no Brasil. As autoridades brasileiras já estariam bastante adiantadas e já estariam de posse da documentação da Alstom em poder do Ministério Público da Suíça que provam que pelo menos parte da propina atribuída à empresa chegou a políticos tucanos de São Paulo por meio de dois doleiros. CONSELHEIRO TUCANO DO TCE PAULISTA ESTARIA ENVOLVIDOAlgumas provas apontam a existência de uma conta que pertenceria ao conselheiro do TCE Robson Marinho em suposta ligação com o esquema de propinas da Alstom que ocorreu no período em que ele deixou o cargo de secretário da Casa Civil do governador Mário Covas (morto em 2001) e assumiu o posto de conselheiro do TCE. Pesssoa ligadas aos tucanos em 1994, ele foi coordenador da campanha que elegeu Covas governador. Vários contratos suspeitos têm relação com o Metrô de São Paulo e vêm se perpetuando nos sucessivos governos do PSDB, que controlam a máquina estadual há 13 anos. Um ex-diretor da empresa, José Sidnei Colombo Martini, assumiu em 1999 a presidência da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), então controlada pelo governo estadual. Desde então, a CTEEP celebrou 47 contratos com a Alstom, no valor de pelo menos R$ 333 milhões.As investigações já teriam provado a ligação direta dos tucanos com os envolvidos nas propinas da Alstom e estariam bastante adiantadas em vista do oferecimento da delação premiada, alguns seriam operadores, outros beneficiários e outros intermediavam a entrega do dinheiro superfatrurado dos cofres públicos no esquema. O jornal "Wall Street Journal" publicou matéria relatando que a multinacional estava sendo investigada por autoridades francesas e suíças sobre o pagamento de propinas de milhões de dólares para ganhar contratos na Ásia e na América Latina.ALSTOM CONTINUA ATUANDO EM SÃO PAULOE mesmo sob suspeita de prática de propina a fornecedora de equipamentos para o setor de energia e transporte Alstom, anunciou fechamento de novos contratos com o governo estadual paulista de José Serra PSDB, para modernizar o sistema das linhas 1, 2 e 3 do metrô paulista no valor de mais R$ 712 milhões. David Zylbersztajn, secretário de Energia do Estado e presidente do conselho de administração da Eletropaulo durante o período em que foram negociados contratos com a Alstom seria também um dos denunciados.Há suspeita também de suborno no setor elétrico, pois o ex-diretor da Alstom Sidnei Colombo Martini antes do leilão de privatização da CTEEP, teria se reunido na Colômbia com dirigentes da Interconexión Eléctrica. Cinco meses depois, os colombianos arremataram a estatal por R$ 1,193 bilhão.Pesariam acusações de enriquecimento ilícito, dano ao erário e infração de princípios administrativos, peculato, corrupção ativa, falsidade ideológica, locupletamento em dispensa de licitação e formação de quadrilha serão quase que certas. Quatro transferências foram parar na conta da "offshore" MCA Uruguay Ltd., nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal localizado no Caribe. Segundo investigadores a MCA seria controlada pelo brasileiro Romeu Pinto Jr.Os valores transferidos sob ordens da Alstom são os seguintes: US$ 207.659,57 (outubro de 1998), US$ 298.856,45 (dezembro de 1998), US$ 245 mil (dezembro de 2001) e US$ 255 mil (fevereiro de 2002). O valor total (US$ 1.006.516) equivale a R$ 1,8 milhão, quando se corrige os valores pelas datas da transferência.Uma ação de improbidade administrativa prevê as seguintes sanções: perda dos bens adquiridos ilicitamente, ressarcimento do prejuízo aos cofres públicos, perda do cargo ou função pública, suspensão dos direitos políticos por um período de 8 a 10 anos, pagamento de multa civil e proibição de contratação com o setor público.

texto retirado do blog :soldadonofront

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O QUE SHAKESPEARE PENSA DE FIGURAS COMO ZÉ SARNEY

Na peça Noite de Reis, é o nada bobo Feste quem observa: “Uns nascem grandes, alguns adquirem a grandeza, e a outros, a grandeza vem ao encontro”. José Sarney se enquadra na terceira categoria, a dos que atingiram a grandeza pela sorte. O ex-chefe do partido político que legitimara a ditadura militar – o fantoche dos generais - por uma fatalidade tornou-se Presidente da República do Brasil. Thomas Hobbes diz, no Leviatã, que há no homem um desejo perpétuo, incessante, de poder que não cessa senão com a morte. Ele estava pensando em Macbeth e Ricardo III, personagens do seu contemporâneo Shakespeare. Sir Ney se enquadra nesses exemplos. A ocupação do cargo supremo da nação por cinco anos, em vez de deixá-lo saciado, aumentou seu apetite. Seu governo foi um completo desastre: acusado de grossa corrupção; levou o país a maior inflação de sua história; suspendeu o pagamento da dívida externa e quebrou o país. Só conseguiu terminar seu desastroso mandato porque a nação precisava desesperadamente se livrar do fantasma dos generais. Finda a tragédia, Sir Ney não se retirou, voltou ao Senado por um outro “feudo”, o do Amapá, entregando o do Maranhão para os filhos, criando uma dinastia. Representante legítimo das Capitanias Hereditárias, malfadada herança colonial portuguesa- criadas pelos lusos para perpetuar a família no poder. Sir Ney cumpriu a risca esse sistema. Há cinqüenta anos controla – salvo um rápido interregno – a rica capitania do Maranhão, “aquela onde nunca falta água”, dizem invejosos todos os nordestinos. No entanto, é o estado com os piores índices sociais do país, rivaliza com outra unidade “feudal”, Alagoas. Aqueles que acham que Sir Ney vai abandonar a presidência do Senado por ser o maestro do maior escândalo da história da República - não estou exagerando - estão enganados. Nada o tirará de lá. A onipotência e a incompetência são a mãe de seus desmandos. Ele está convencido de que é inocente. Esse é seu estado natural. A única coisa que lhe interessa é a proteção do seu clã. Sir Ney é o emblema do atraso, um velho coronel do Brasil antigo bafejado pela sorte. O avanço das idéias políticas e o aprimoramento das instituições republicanas não chegaram até ele, mesmo que a “constituição cidadã” tenha sido promulgada em seu triste governo. Sir Ney deveria ter seguido o correto exemplo de Fernando Henrique, que ao deixar a presidência foi cuidar de sua fundação. Os britânicos dão o título de “Sir” aos seus cidadãos mais respeitáveis. Títulos que quase ninguém usa mais. Zé Sarney não se enquadra nesse perfil. Ele é um “Sir” medieval. Estou usando uma ironia, já que era assim que os servos chamavam os barões na Idade Média. Mesmo assim o título é elogioso, ele não o merece a não ser pela semelhança com o seu patronímico. Se: “A honra anda por um caminho tão estreito, que por ele só passa um, de frente”, como afirma Shakespeare, Sir Ney não passará por esse caminho. O fim de Sir Ney já chegou, é esse aí, o da desmoralização. É o mesmo que prenuncia o tirano Macbeth: “Já vivi o bastante; o caminho; o caminho de minha vida está declinando em direção do outono de folhas amareladas e tudo quanto sirva de escolta à velhice: o respeito, o amor, a obediência, o apreço dos amigos, não devo procurar tê-los. Em troca virão maldições recalcadas, mas profundas homenagens de adulação, murmúrios que o pobre coração quisera reprimir e não se atreve a recusar”. Eis a nossa vingança!

Por Theófilo Silva

quinta-feira, 25 de junho de 2009

CORRUPÇÃO:o câncer da democracia

Os ânimos ainda estão alterados, a respiração ofegante e o descontentamento aparente: mais uma eleição se passou, para o bem ou para o mal. É tão difícil sair inteiro de um processo eleitoral sem se sujar moralmente. É tão difícil votar consciente em meio aos candidatos que nos foram apresentados. É tão difícil não se irritar com os resultados “democraticamente” conquistados. Mas todo este momento é uma ilusão, inclusive o nosso próprio descontentamento. O horário eleitoral foi uma farsa do início ao fim. Os candidatos não apresentaram propostas, pois descobriram uma fórmula: falar o que eleitores querem ouvir é mais “lucrativo” do que falar o que efetivamente será feito. E assim, aos sem trabalho falou-se em empregos. Aos sem saúde falou-se em hospitais. Aos sem escolas falou-se em educação. E por aí vai com a creche, estradas, moradia, segurança, comida, leite, dentaduras etc. Apelar ao psicológico dos carentes é mais seguro do que prometer futuro. Futuro é muito longe, não se pega e se come, não se vê e não se comprova. O candidato tem que ser muito corajoso – e não ter amor pela candidatura – para prometer futuro ao seu eleitor. O dia da eleição, propriamente dito, foi apenas um teatro de nós brasileiros interpretando O Cidadão. Na frente dos locais de votação: “bocas de urna”, “propinas” e “fiscalizações”. Você não poderia publicamente se manifestar no intuito de convencer os outros, mas tudo acontecia silenciosamente e de modo sincronizado independente da sua vontade. Os panfletos sendo entregues, o dinheiro circulando, os fiscais fingindo não ver, os policiais abafando apenas os casos “isolados”. O resultado da eleição nem merece um parágrafo. Foi óbvio e racionalmente previsto. Aquilo que na grande mídia saiu como “zebra”, na grande lógica dos políticos se explica como “uma mão lava a outra”. Mas o que mais me causa estranheza não são os políticos corruptos, mas sim os brasileiros que se dizem honestos. Parecem esquecer um dos maiores princípios da DEMOCRACIA: o governador representa o eleitor, e não o contrário. O político sai do povo, é do povo, e não um deus/diabo que com ele convive. O ser corrupto que lá está, aqui estava e daqui saiu. A corrupção não está lá e sim aqui. Prova disso é que quando perguntamos a alguém se gostaria de ser político, sua primeira resposta é “sim, para ganhar bem”, ou, até mesmo, “para roubar”. Assim, somos coniventes com toda esta corrupção, pois lá no fundo algo diz: deveríamos ser nós, também quero, um dia chego lá. Como mérito, os salários altos dos políticos se tornam alvos de cobiça e inveja do brasileiro. E ele se torna aquele que poderia ser eu, mas que por algum motivo não é. Por isso, não o culpo pelo sucesso ilícito e o deixo fazer o que quer e no máximo socialmente, “da boca pra fora”, condeno-o apenas para não ficar chato. Ainda digo mais. Prova de que compartilhamos a sujeira dos políticos são as nossas costumeiras ações que buscam apenas o individualismo, a vantagem e a posição de destaque custe o que custar. Quando achamos dinheiro dizemos “achado não é roubado”. Quando incomodamos os outros dizemos “os incomodados que se retirem”. E quando sabemos que estamos errados dizemos “política não se discute”. Ficamos felizes com promoções desmerecidas, filas encurtadas e derrotas do time adversário. Em casa, em favor próprio, não condenamos o “jeitinho brasileiro”, mas o fazemos quando o outro é o beneficiado. Deste modo, podemos afirmar que o brasileiro aceita diariamente a corrupção quando ele é favorecido. Se somos capazes de diariamente legislar em favor próprio, pouco se importando com os outros, com os carentes, com os necessitados, com as ONGs, com o planeta etc – se esta é a nossa sociedade – como podemos acreditar que o político será diferente? Pensará diferente? Agirá diferente? A menos que nossos políticos venham de outros planetas. Enquanto vierem de nossa sociedade corrompida, apenas podemos esperar que representem bem esta cultura individualista do Brasil Moderno. Devemos olhar para nós mesmos e reconhecer esta verdade. Somente com esta consciência, optando por uma outra vida sem vantagens e individualismos, é que podemos de fato exigir algo de alguém. Caso contrário, a corrupção continuará a seguir sua histórica trajetória: de nossas casas ao Senado e à Brasília.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

MUDANÇAS CLIMÁTICAS:Uma verdade incoveniente

A ocorrência de fenômenos naturais extremos vem nos dando sinais de que algo
incomum está acontecendo na natureza. Estamos vivenciando uma época de intensas ondas de
calor em todo o mundo, de tempestades, secas e furacões cada vez mais severos, assim como
o aumento de epidemias e a extinção de inúmeras espécies. Esses fenômenos têm sido
apontados como conseqüência da mudança do clima na terra.
No filme “Uma Verdade Inconveniente: o que devemos fazer (e saber) sobre o
aquecimento global” dirigido por Davis Guggenheim e apresentado pelo ambientalista e exvice-
presidente dos Estados Unidos Al Gore, o aquecimento global e suas conseqüências são
retratados de forma realista. De caráter informativo e ao mesmo tempo impactante, o filme é
exibido em forma de um documentário, elaborado a partir das palestras proferidas por Al
Gore o redor do mundo.
Lançando mão de uma eloqüente retórica e de excelentes recursos audiovisuais que
exibem dados científicos e imagens de fenômenos naturais recentes, Al Gore argumenta de
forma convincente que a temperatura da terra está aumentando e que a principal causa desse
aquecimento são as ações do homem. A veracidade com que o tema é tratado é capaz de
remover qualquer dúvida de que as atividades humanas exercem influências na mudança do
clima. Além de nos deixar alarmados com os conseqüentes desastres ambientais a que
estamos sujeitos, ou melhor, que já estamos vivenciando.
O aquecimento global é causado pela intensificação do efeito estufa que, por sua vez, é
conseqüência do excesso da concentração de determinados gases na atmosfera, os chamados
gases de efeito estufa, dentre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso. A
principal fonte desses gases tem sido atribuída particularmente à queima de combustíveis
fósseis e ao desmatamento.

ONU:aquecimento global ameaça segurança internacional

NOVA YORK, EUA (AFP) — A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira, por consenso, uma resolução que admite, pela primeira vez, que o aquecimento global pode ter implicações na segurança internacional.
O texto, apoiado por 63 Estados, pede aos órgãos competentes da ONU que intensifiquem seus esforços consagrados ao estudo e tratamento do problema da mudança climática, "fundamentalmente suas repercussões sobre a segurança".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi encarregado de preparar um relatório detalhado, para a próxima sessão da Assembleia, em setembro, "sobre as eventuais repercussões da mudança climática na segurança", tendo em conta os pontos de vista dos Estados-membros e das organizações regionais e internacionais relevantes".
A resolução é resultado de uma campanha de um ano promovida por uma coalizão de pequenos Estados insulares em desenvolvimento, para chamar a atenção do mundo sobre as graves ameaças das mudanças climáticas.
"O aquecimento ameaça nossa própria existência", declarou a embaixadora de Nauru, Marlene Moses, que preside a coalizão.
Estas pequenas ilhas são particularmente vulneráveis ao aumento do nível dos oceanos que, segundo especialistas, vai subir um metro ou mais até 2100.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O NÚMERO DE SUICÍDIO É MAIOR DO QUE SE DIVULGA

Imprensa e suicídio, uma abordagem ética e técnica
Vanessa Canciam (*)
Há pouco mais de um ano, acontecimento ocorrido em Nova York, em plena Times Square, trouxe de volta a discussão ética sobre um polêmico tema presente no dia-a-dia da cobertura jornalística. Ele volta de tempos em tempos. E voltou semana passada no Brasil.
Em 22 de agosto de 2002, Allen Myerson, 47 anos, editor de economia do New York Times, jogou-se do 15º andar do prédio onde trabalhava por volta das 10h. Seu corpo foi resgatado poucos minutos depois no telhado do estacionamento do Times. A conclusão da polícia foi a de que realmente se tratava de suicídio.
No dia seguinte, os jornais americanos tinham abordagens distintas do fato, como é de se esperar de publicações com linhas editoriais diferentes. Muitos leitores e profissionais de imprensa consideraram, por exemplo, que a cobertura do Washington Post havia sido exagerada e sensacionalista, enquanto outros criticaram a postura extremamente reservada do New York Times. Iniciava-se então uma série de debates – nos EUA, em outros países, no Brasil – sobre a importância e a melhor de informar sobre atos suicidas.
Em grande parte das redações, é recomendado aos jornalistas que evitem ao máximo a divulgação de suicídios. A justificativa para esse procedimento se baseia na hipótese de que qualquer notícia sobre o assunto pode vir a ser o estopim de uma série de outros atos semelhantes. Entre as normas editoriais do grupo RBS (Rede Brasil Sul de Comunicações), por exemplo, consta o seguinte tópico: "As notícias sobre suicídios – a não ser em casos excepcionais – não devem ser divulgadas ou destacadas. (É fato comprovado que a divulgação de suicídios estimula a morte de suicidas potenciais)". O manual de Rádio e Televisão do Sistema Globo (principal grupo de mídia do Brasil) também faz referência ao tema: "Em princípio, não se deve divulgar casos ou tentativas de suicídio. Qualquer possibilidade de exceção deve ser cuidadosamente avaliada pela direção de jornalismo da emissora".
Fator humano
A primeira crítica que pode ser feita a essa prática é que não é fato comprovado nem existe consenso entre profissionais de saúde quanto à influência da mídia no estímulo ao suicídio. O psiquiatra Jacob Seldin, ouvido pela jornalista Miriam Abreu para o sítio brasileiro Comunique-se, por exemplo, não acredita na afirmação. "Desde que seja feita de forma ética não vejo problema." Miriam ouviu também o coordenador da área de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da Unicamp, Wolgran Alves Vilela. "Acho que histórias que envolvem suicídio devem ser divulgadas sim, desde que não explorem o caso", diz ele. Vilela duvida também de que a divulgação provoque"efeito dominó". "A divulgação tem mais valor positivo do que negativo, já que aguça o interesse de estudiosos e autoridades, que tentam prevenir mais casos de suicídio", diz o psiquiatra.
Psiquiatras e sociólogos norte-americanos, em entrevista ao jornalista Mark Miller, manifestaram opinião diferente. Madelyn Gould, da Universidade de Colúmbia, por exemplo, acredita que qualquer detalhe de um suicídio publicado na imprensa pode provocar outro suicídio. Seguindo essa linha de pensamento, David Philips, sociólogo da Universidade da Califórnia, apresenta dados de pesquisa segundo a qual há um aumento de 2% em casos de suicídio quando uma história semelhante aparece na imprensa.
O psiquiatra, professor e autor dos livros Do suicídio e O que é suicídio, Roosevelt Cassorla, acredita que a influência da mídia pode existir em alguns casos, como acontece com a divulgação de mortes de pessoas famosas. "No caso de pessoas pouco conhecidas a influência é menor, mas há uma tendência mundial a não noticiar esses casos nos jornais, também por respeito à pessoa suicida e a sua família", diz Cassorla. O psiquiatra aponta também que uma notícia pode influenciar apenas pessoas com alguma predisposição ou algum grau de perturbação mental ou emocional.
Não há consenso sobre o assunto. E, ainda que tal consenso existisse, não seria correto utilizá-lo como único parâmetro para guiar a cobertura da imprensa.
Eugênio Bucci, no livro Sobre ética e imprensa, faz uma série de críticas a esse procedimento estritamente teleológico e utilitarista. Estará agindo eticamente um jornalista que deixa de publicar uma informação por considerar que ela provocará conseqüências negativas? Segundo Bucci, "jornalistas não são profetas para prever com eficácia as conseqüências de uma divulgação". E ainda: "O jornalista não age para obter resultados que não sejam o de bem informar o público; ele não tem autorização ética para perseguir outros fins que não esse".
Partindo da premissa de que o jornalista não age para obter resultados que não sejam o de bem informar o público, uma pergunta fica evidente: suicídios preenchem os critérios de noticiabilidade que definem qual informação se caracteriza como uma notícia? Por interesse jornalístico, entende-se que a conjugação de um ou mais elementos como ineditismo, atualidade, universalidade, proximidade, utilidade, intensidade, difusão, interesse público e fator humano.
Divulgação franca
Um suicídio coletivo de radicais religiosos, por exemplo, seria uma notícia, já que preenche alguns dos critérios citados acima. Na mesma situação estão os suicídios cometidos por pessoas conhecidas do público, como políticos, atores, músicos. Como ocultar a causa mortis do ex-presidente Getúlio Vargas, ou do roqueiro Kurt Cobain? E como tratar suicídios de pessoas desconhecidas? Seria correto não divulgar um suicídio ocorrido num local público, como o de Allen Myerson?
À primeira vista, o ato do suicídio parece interessar apenas a quem o pratica e a seus parentes, não havendo motivo que justifique a divulgação – pode parecer invasão de privacidade, apenas com o objetivo de promover espetáculo sensacionalista que dê conta da curiosidade perversa do público. Entretanto, até que ponto o suicídio de qualquer pessoa deve ser entendido como algo estritamente pessoal que não seria de interesse das outras pessoas de uma sociedade?
Várias perspectivas que enfocam o assunto consideram o suicídio como um fenômeno social, e não individual, o que justificaria sua divulgação. Kalina e Kovadloff, no livro As cerimônias da destruição, afirmam que "a psiquiatria até o momento encarou o suicídio como um fenômeno individual. Entretanto, as intensas pressões que as condutas coletivas ou os fatos sociais exercem sobre nossa vida privada e profissional permitem demonstrar, sem esforço, a insuficiência teórica de vê-lo como uma patologia exclusivamente individual".
Cleto Brasileiro Pontes, no livro Suicídio em Fortaleza, também vê o suicídio como um ato de interesse público: "O ato de se matar não deve ser visto como algo isolado e tampouco como uma patologia psíquica simplesmente, onde o ato se acaba na individualidade do suicida. Acreditamos, pois, que através dele é permitido compreender o grau de satisfação em que vivem os integrantes de uma comunidade. De uma forma mais precisa, poderíamos dizer que este ato serve de parâmetro para determinar a saúde mental de uma população".
Kalina e Kovadloff apontam também que o suicídio deve deixar de ser um tema tabu para que possa ser tratado como um problema de saúde social. "Se é certo que na atualidade a patologia suicida é uma patologia social, então a terapêutica não pode ser senão comunitária. Sua prática ultrapassará o campo do consultório individual para impor como necessários o contato do médico com a família do paciente, as autoridades políticas, educacionais e, de modo geral, com todas as áreas responsáveis e representativas da vida institucional de uma nação. Com sua morte, o suicida não nos diz somente que já não se suportava mais. Também fala de nós. Demonstra por um lado que não podia continuar nos tolerando".
O suicídio, assim como outras manifestações sociais – a loucura, os assassinatos, crimes hediondos – questionam diretamente a própria estrutura social. Sendo assim, é possível afirmar que se trata de um assunto de interesse público na medida em que reflete uma situação social que não deve ficar sob sombras. Na opinião de Cassorla, por exemplo, o ideal nesses casos é acrescentar à notícia uma chamada para a necessidade de procura de alguma ajuda por parte dos eventuais leitores – ou diretamente ou em declaração de algum especialista. Talvez essa seja uma das saídas para se fazer, com responsabilidade, uma divulgação franca e aberta sobre assuntos delicados. Isso porque a história já tem dado provas de que a desinformação só contribui para a criação de mitos que nada tem a ver com a realidade.